E se eu te dissesse que, mesmo com toda a IA do mundo, criar continua sendo um trabalho essencialmente humano? Temos acesso a ferramentas incríveis. É possível gerar imagens, textos, vídeos e até 3D em minutos. Mas aqui vai uma verdade que talvez nem todo mundo esteja pronto pra ouvir: Criar com inteligência artificial de maneira consistente ficou mais difícil.
A ilusão da facilidade
A IA chegou com a promessa de agilidade, automação e produtividade. E, de fato, acelera processos e expande possibilidades como nunca antes. Mas entre gerar e criar há uma diferença profunda. Gerar é técnico. Criar é estratégico. Consistência, propósito, direção criativa, entendimento de marca, pois nada disso vem pronto.
No dia a dia da Onigrama Apresentações, temos testado isso na prática. Usamos IA quase todos os dias, e um padrão ficou claro: quanto mais controle temos sobre o que podemos gerar, mais responsabilidade temos sobre o resultado final e mais difícil tem se tornado as escolhas. É impressionante como um resultado bem produzido tem levado horas ou dias para ser executado, são dezenas de imagens geradas e dezenas de perguntas realizadas até chegar em uma conclusão coerente.
O novo papel do criativo
A IA não substitui a sensibilidade. Ela não entende sentimento, não percebe nuances de linguagem, não tem critério nem repertório relacionado a experiências humanas (não sente). É por isso que os criativos continuam absolutamente insubstituíveis.
Mas algo mudou:
Agora somos desafiados a elevar nosso papel.
De executores visuais para condutores criativos. De designers para estrategistas. De produtores para diretores. Hoje, com domínio técnico, sensibilidade e visão, estúdios pequenos (ou até pessoas solo) conseguem criar peças de comunicação que antes exigiriam grandes equipes e orçamentos milionários.
O erro de cobrar menos só porque é “mais rápido”
Esse é um ponto crítico. O fato de conseguirmos fazer mais com menos, não significa que devemos cobrar menos. Criar algo relevante exige tempo, direção, curadoria e entrega.
A velocidade da IA pode até enganar: em segundos temos centenas de versões de uma imagem. Mas são as decisões humanas — o olhar, o ajuste fino, o alinhamento à marca — que transformam volume em valor. E isso não tem como automatizar.
O que deve mudar daqui pra frente
Em vez de temer a IA ou cair na armadilha da pressa, precisamos:
- Dominar as ferramentas — com técnica e criatividade
- Ser mais profissionais que nunca — com consistência e posicionamento
- Conduzir projetos com clareza de estratégia — não só com estética
- Atuar como curadores e diretores criativos — não como apertadores de botão
A IA nos oferece uma caixa de ferramentas poderosa. Mas é o humano que escolhe o que fazer com ela.
A pergunta que fica
Estamos vivendo uma revolução criativa. E quem souber usar bem essas ferramentas — sem abrir mão da visão, da estratégia e do propósito — vai fazer trabalhos com nível global mesmo com estrutura enxuta.