A influência do branding de alto impacto
Você já se perguntou por que paga mais por um iPhone ou por um tênis da Nike, mesmo quando há alternativas mais baratas com funcionalidades semelhantes? A resposta está menos no produto e mais no seu cérebro. E não é só sobre marketing: estamos falando de neurociência, identidade e comportamento humano.
Vamos mergulhar nisso.
O poder invisível das marcas
Coca-Cola é só refrigerante. Tylenol é só paracetamol. Levi’s? Apenas jeans. Mas nosso cérebro insiste: essas marcas são especiais. Por quê?
Porque marcas bem construídas não vendem produtos, elas vendem identidade.
Quando escolhemos uma marca, estamos escolhendo um símbolo. Algo que comunica quem somos (ou quem queremos ser) para o mundo. E isso não é um chute. É ciência comportamental.
O experimento que revela como marcas moldam o cérebro
Pesquisadores da Duke University realizaram um estudo simples, porém revelador:
Dois grupos foram expostos de forma subliminar a logotipos diferentes:
- Grupo A: logotipo da Apple
- Grupo B: logotipo da IBM
Depois, todos participaram de testes de criatividade.
Resultado: os participantes expostos ao logo da Apple tiveram desempenho significativamente melhor nos testes criativos. Só por verem um logotipo por milissegundos.
Isso mostra que o branding da Apple é tão forte que ativa áreas do cérebro associadas à criatividade, mesmo sem a pessoa perceber conscientemente.
Apple: a marca que vive no seu inconsciente
Por décadas, a Apple construiu sua imagem em torno de valores como criatividade, rebeldia, inovação e estilo. Pense nas campanhas como “Think Different”, nos keynotes teatrais e nos produtos com design icônico.
Isso tudo cria uma narrativa contínua que o consumidor internaliza. Assim, quando alguém escolhe Apple, não está só comprando um celular: está comprando a ideia de ser criativo, visionário e diferente.
É como vestir um uniforme invisível que diz para o mundo: “eu sou parte disso”.
Nike vs Under Armour: um jogo de arquétipos
Escolher uma marca esportiva também envolve identidade. Veja o caso da Nike e da Under Armour:
- Nike: representa performance, superação de limites, vitórias épicas. É sobre ser o melhor.
- Under Armour: representa o “azarão” que luta, que vai na raça, que surpreende.
Você pode nem perceber conscientemente, mas ao calçar um Nike ou vestir uma Under Armour, está assumindo um arquétipo e comunicando algo sobre sua jornada.
Exemplo prático: um jovem atleta que sonha com os Jogos Olímpicos tende a escolher Nike. Já alguém que começou tarde no esporte e quer provar seu valor pode se identificar mais com Under Armour.
Quando a marca vira família (literalmente)
Michael Platt, professor de neurociência e marketing, conduziu um experimento com ressonância magnética para entender como marcas afetam o cérebro. Ele comparou usuários de iPhone e de Samsung.
Durante o experimento, os participantes ouviam notícias boas, neutras e ruins sobre as duas marcas. O que aconteceu foi surpreendente:
- Usuários da Apple mostraram respostas cerebrais de empatia ao ouvir algo ruim sobre a marca. O mesmo tipo de reação que teriam se algo ruim acontecesse com alguém da família.
- Já os usuários da Samsung não demonstraram nenhuma empatia com a própria marca. E mais: sentiram prazer inconsciente ao ouvir notícias ruins sobre a Apple (o chamado efeito “reverse empathy”).
O mais curioso? Eles não relataram essas emoções conscientemente. Era algo acontecendo abaixo da superfície racional.
Marcas como parte da identidade
Quando você defende uma marca com unhas e dentes nas redes sociais ou compra seus produtos repetidamente mesmo quando não precisa, não é só fidelidade. É identidade incorporada.
E isso é muito mais comum do que parece:
- Pessoas que colecionam tudo da Apple.
- Fãs da Nike que não usam nenhuma outra marca esportiva.
- Defensores ferrenhos da Tesla, da Patagonia, da Red Bull…
Atacar a marca, nesses casos, é como atacar quem você é.
E se você diz que não liga pra marca?
“Eu sou diferente. Não caio nessa.”
Spoiler: cai sim. Só escolheu um tipo diferente de marca, talvez o do anti-branding.
A estética minimalista, o consumo consciente, o estilo underground… tudo isso ainda é uma forma de expressão. E as marcas sabem disso. O próprio ato de rejeitar marcas já virou parte de uma identidade construída.
O que isso ensina pra quem trabalha com branding, comunicação e apresentações?
Na Onigrama, a gente usa essas descobertas todos os dias. Estratégias de comunicação, campanhas e apresentações de impacto não são sobre mostrar dados. São sobre construir significado.
Exemplo real:
Um cliente nosso do setor de tecnologia queria melhorar a performance dos eventos internos. Usamos uma narrativa com arquétipos e posicionamento emocional. Resultado? Tivemos um aumento significativo no engajamento e uma equipe que passou a se ver como parte de algo maior.
Outro exemplo:
Uma instituição bancária buscava melhorar suas apresentações comerciais. Ao conectar sua proposta de valor com valores aspiracionais (tradição, segurança, agilidade, protagonismo), ela passou a fechar contratos com grandes players.
Como usar isso a seu favor (de forma ética)
- Crie narrativas com valores claros.
- Use símbolos visuais e verbais que ativem emoções e arquétipos.
- Reforce continuamente os mesmos pilares – consistência é chave.
- E mais importante: seja autêntico. O cérebro percebe quando algo é forçado.
Seu cérebro já foi hackeado, a questão é por quem
Você pode ignorar isso. Ou pode usar com consciência.
Seja para vender, inspirar ou mobilizar, as apresentações mais poderosas são aquelas que fazem o público se enxergar ali.
E se você quiser criar algo assim, a Onigrama está pronta para ajudar sua marca a construir conexões emocionais autênticas.
Vamos hackear corações 😉